Compositor: Jean-Jacques Goldman
Ela deixa pães velhos em sua sacada
Para atrair pássaros e pombos
Vivendo sua vida por procuração
Em frente de sua televisão
Acorda sem alarme, mas sim com o Sol
Sem sons, sem aflição, o dia se vai
Passar roupa e varrer, sempre algo a se fazer
Um lanche sozinha, um ponto de referência
A casa é tão limpa, que a torna suspeita
Como lugares onde não se vive ninguém
Pessoas desistem, perdendo a batalha
Objetos vencendo, este é seu território
O tempo nos destrói, mas a ela não muda
A vida vai sumindo, mas não suas sombras
Tudo vai, tudo funciona, sem objetivo ou razão
De inverno a outono, sem febre ou tosse
Ela deixa pães velhos em sua sacada
Para atrair pássaros e pombos
Vivendo sua vida por procuração
Em frente de sua televisão
Ela aprende tudo através de revistas
As vidas de outros se espalham
Mas, ao final, do menos ao mais banal
Pensara que tudo isso é normal
Ela deixa pães velhos em sua sacada
Para atrair pássaros e pombos
Cremes e banhos que deixam a pele suave
Mas já há tempo desde que alguém a tocou
Meses e anos sem alguém para amar
E dia após dia, se esquece do amor
Seus sonhos e desejos, tão puros e possíveis
Sem gritos, sem delírios, sem o inadmissível
Enchem dez ou vinte páginas de fotos triviais
Resultado sem mistério de anos sem luz
Ela deixa pães velhos em sua sacada
Para atrair os pássaros e pombos
Vivendo sua vida por procuração
Em frente de sua televisão
Ela aprende através de revistas
As vidas de outros se espalham
Mas, ao final, do menos ao mais banal
Ela pensara que tudo isso é normal
Ela deixa pães velhos em sua sacada
Para atrair os pássaros e pombos
Ela aprende através de revistas
As vidas de outros se espalham
Mas, ao final, do menos ao mais banal
Pensara que tudo isso é normal
Ela deixa pães velhos em sua sacada
Para atrair pássaros e pombos